O Google+ apareceu naqueles momentos de turbilhão da vida. Um monte de coisas pra fazer e alguém do Google liga: "oi, estamos lançando uma nova rede social agora, você tem 40 minutos pra escolher 15 pessoas para mandar convites". Aí você para tudo e obedece, claro. Isso ocorreu na terça-feira à tarde, instantes após o anúncio oficial da nova rede social - o convite mesmo para entrar só apareceu depois das 18h. E, pouco mais de 30 horas usando o Google+, já dá para ter uma boa ideia de como a coisa funciona.
A primeira conclusão é que não é o Orkut, nem o Facebook, nem o Twitter, mas com pequenos elementos de cada um deles para gerar uma nova ideia em redes sociais. E a integração com smartphones dá um baile nas outras redes. Após receber seu convite (e agora o Google libera aos poucos novos tíquetes de entrada), você precisa completar seu perfil. O Google já sabe algumas coisas sobre você (e se já preencheu um perfil público de buscas por ali, não precisa fazer muito mais).
A tela principal do Google+ é formada pelo "stream", uma coluna central de atualizações dos seus contatos - nada muito diferente aqui do news feed do Facebook, só que em vez de dar "Like" nos posts, você dá "+1", o tal botão aquele. A principal novidade é a adoção dos círculos, uma melhoria grande dos grupos limitados do Orkut. O Facebook faz isso com grupos também, mas o Google+ tornou a tarefa de organizar os contatos mais fácil. Quem é amigo entra no círculo de amigos, quem é legal de seguir pode ir pros "acquaintances" (ou conhecidos), a família tem um círculo próprio e você pode ter quantos mais círculos quiser criar.
Os círculos de amigos ajudam também a manter a privacidade. O Google+, como seu concorrente Facebook, tem opções de privacidade e compartilhamento bastante customizáveis em relação a quem vê o que dentro dos círculos, e também é possível saber quais dos seus contatos te incluíram em um círculo, mas não em qual. Atenção aqui para o compartilhamento de fotos com o Picasa, que é automático (e pode levar fotos que não devem ser compartilhadas para o feed público do Google+). E, como nas demais redes sociais, é possível bloquear pessoas indesejadas.
Como um bom produto Google, tudo se integra. Chat está lá, notificações aparecem no Gmail e em outros sites da casa, e até (para quem tem) Google Buzz e um interessante histórico dos cliques que você deu no "+1" em sites/buscas pela web ficam acessíveis. O Google+ traz ainda dois outros recursos inexistentes em outras redes sociais: Sparks, filtros de notícias/interesses em destaque, e o Hangouts, uma espécie de chat público por vídeo com seus amigos ou convidados - algo que apenas o Skype faz, e de maneira paga.
No celular, estão presentes quase todos os recursos, com outras duas novidades também: o Huddle, um modo de mandar mensagens em grupo (que só são lidas no celular, pelo que deu a entender), e para Android (2.1 ou superior) apenas, e um upload de fotos em segundo plano. Tire a foto, deixe a conexão ativa no smartphone e mais tarde aparece uma notificação no Google+ na web para compartilhar (ou não) aquelas imagens, é o Instant Upload. Mobilidade, aliás, é um ponto chave importantíssimo para o Google+ decolar. O Google+ também funciona via navegador no iOS/BlackBerry/Symbian/Android 1.5/Windows Mobile.
De qualquer maneira, ainda é muito cedo para dizer se o Google+ vai pegar ou não. Os recursos oferecidos são interessantes, os círculos limitam a comunicação para grupos focados e certos e, felizmente, ainda não existem perfis de empresas por ali. Como o próprio Google já fez em outras experiências (como o finado Google Wave), a distribuição de convites ainda é lenta e o crescimento da rede depende dessa liberação. No fim do dia, não importa muito se você usa Google+, Facebook ou Orkut: tudo se resume a quem você aceita nas suas redes sociais e como você se expõe nelas. Fazer os ajustes finos, aceitar só gente que você conhece/se relaciona e fugir/bloquear os contatos indesejados deixa qualquer rede social perfeita para suas necessidades.
Na noite de quarta-feira, o Google liberou uma leva de convites para o Google+, mas a festa durou pouco tempo. Vic Gundotra, vice-presidente sênior de engenharia do Google, comentou (no próprio +), que "tiramos do ar o mecanismo de convites, por demanda insana. Precisamos fazer isso com cuidado e de maneira controlada.
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